O SIGNIFICADO DA CRENÇA NO EVANGELHO DE JOÃO

O que fica depois de claras constatações de equívocos e desentendimento do texto sagrado é um convite desafio, para que esta pesquisa seja uma fonte desafiadora aos leitores, pois todos precisam conhecer o evangelho de Cristo e aceitá-lo.

O SIGNIFICADO DA CRENÇA NO EVANGELHO DE JOÃO
O SIGNIFICADO DA CRENÇA NO EVANGELHO DE JOÃO (Foto: Reprodução)

SOUSA, Valdizan de Jesus ,


RESUMO

Os desenvolvimentos históricos acerca das palavras, sua origem uso e tradução ou transliteração, ao longo dos anos e culturas, torna essencial que seja feita uma aproximação interpretativa adequada dos termos bíblicos, a fim de extrair corretamente lições para a igreja contemporânea. Este trabalho analisa o uso que o apóstolo João faz de o termo crer, assim como propõe hipóteses para a intenção do autor ao utilizá-lo; este, se debruça sobre o texto bíblico, em um contexto contemporâneo de depreciação da fé, discutindo possíveis repercussões de uma compreensão mais adequada dessa palavra na concepção joanina. E objetiva fazer uma investigação ampla no evangelho segundo João sobre as conotações e implicações da palavra “crer” e “crença”, que é um termo bastante usado pelo autor. Um exercício humilde e respeitoso à escrita como Palavra de Deus, que prepara os ministros do evangelho para abençoar vidas pela anunciação da salvação que há em Jesus. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, bibliográfica realizada em três fases, a primeira consiste em uma exegese do uso joanino da palavra “crer”, a partir da aplicação do termo em diferentes contextos, com o suporte de diferentes versões da bíblia, assim como dicionários, léxicos e livros que versem sobre o assunto; num segundo momento foi feita uma comparação entre o senso comum sobre esse termo, e as informações encontradas na revisão de literatura realizada anteriormente na fase um; finalmente, a terceira fase discute possíveis implicações deste termo para o ambiente evangélico contemporâneo.

Palavras-chave: Crer, Exegese, Evangelho de João, Evangelismo


Introdução

Ao longo da história humana, a ocorrência de diferentes correntes espirituais que buscam conectar-se a partir das coisas observáveis da natureza, o homem à Deus, foi prática comum; essa jornada da fé humana é uma prática comum à humanidade, que se reflete nas relações que se estabelece com as outras pessoas, conceitos e lugares, mas que eventualmente se transformam com o passar dos tempos.

O evangelho de Jesus segundo João, objeto desse trabalho, tem autoria atribuída ao apóstolo João, é datado no ano 90 d.C., e tem como tema central o amor de Deus pela humanidade; o evangelho é descrito como uma defesa contra o gnosticismo crescente na Ásia àquela época, corrente filosófica que negava a materialização do divino, em que Jesus apenas pareceria divino, João então faz um longo discurso desde a presciência de Jesus como de sua consubstancialidade com Deus e o Espirito Santo, convidando os cristãos confiantes nisso, permanecerem firmes durante a vida na terra (CARSON, 1995)

Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é fazer uma investigação ampla no evangelho segundo João, sobre as conotações e implicações da palavra “crer” e “crença”, que é um termo utilizado ao menos noventa e oito vezes pelo autor (PEREIRA, 1999).

Uma vez examinado estas conotações e implicações, é possível avaliar como esta crença mencionada no evangelho de João se relaciona com as crenças pregadas hoje pelos evangélicos contemporâneos. É a mesma crença ensinada por João no primeiro século, tem o mesmo sentido e significado, ou é diferente?

Uma vez que João, é o único escritor dos evangelhos que dá ênfase ao termo crença, todo o exercício empregado para entender o termo segundo este autor faz se necessário, comparar com abordagem de outros escritores dos evangelhos, como forma de melhor orientar a igreja contemporânea.

Entender que as palavras têm sentido e significados dependendo do seu contexto é um insight imprescindível para aqueles que abrem a Bíblia para ensinar os outros, uma vez que estão a manusear um livro de linguagem eterna e afiada, mas também cotidiana.

É com este entendimento que esta abordagem se justifica, enquanto exercício de humildade e respeito à escrita como Palavra de Deus, buscando entender o que o autor queria dizer originalmente, como aquilo se aplica hoje, mas também, por que Deus permitiu que este ou aquele trecho fossem preservados ao longo dos anos, qual seria o ensino amplo que Deus quer transmitir nesse texto? Esse cuidado distinguirá atuação nessa vida como benção ou maldição, para salvação ou condenação, de incontáveis almas.


Metodologia

Trata-se de uma pesquisa de abordagem bibliográfica, qualitativa, (MINAYO, 2016), realizada em três fases, a primeira consiste em uma exegese do uso joanino da palavra “crer”, a partir da aplicação em diferentes contextos, com o suporte de diferentes versões da bíblia, assim como dicionários, léxicos e livros que versem sobre o assunto; num segundo momento realizar de forma aprofundada uma comparação com o senso comum sobre esse termo, com a realização de uma revisão de literatura de textos e exposições publicados online.

E finalmente, discutir possíveis implicações deste termo para o ambiente evangélico contemporâneo. O cenário religioso não se apresenta amigável para propostas de mudanças, principalmente pelo fato de que o ambiente religioso e em especial o evangélico, está muito dividido e individualizado. Um aspecto que contradiz a razão, uma vez que todos usam a Bíblia como seu livro de regra e prática de fé.

O que chama atenção no caso das divisões, é que já que os cristãos todos dizem seguir a Bíblia, como explicar as diversas doutrinas diferentes e contrarias umas das outras? Diferente das religiões não cristãs onde cada uma tem seu próprio livro de regra e práticas religiosas, e por isso são diferentes. Porém o que explica aqui, não justifica ali.


Revisão da crença joanina

A seguir se apresenta discursivamente os achados sobre o tema em 4 tópicos: “O Significado da palavra Crer”, “O Sentido da Crença na escrita joanina”, "Atualidade da Crença no Brasil”, e “Em busca da crença joanina: possíveis transformações para a igreja contemporânea”.


O Significado da palavra crer

 O dicionário Michaelis (2022) define “crença” no sentido secular, porém apresentando uma presença religiosa, dando a entender que a palavra tem sua origem ou fundamento principal o que é ligado a religião. Assim como se observa nas seguintes definições:


Crença sf 1 Ato ou efeito de crer. 2 Conjunto de ideias religiosas compartilhadas por muitas pessoas; fé religiosa; convicção, credo. 3 Pensamento que se acredita ser verdadeiro ou seguro; certeza, confiança, segurança: Tenho a crença de que esses problemas serão resolvidos em breve. 4 Convicção sobre a verdade de alguma afirmação ou sobre a realidade de algum ser, coisa ou fenômeno, especialmente quando não há provas conclusivas ou confirmação racional daquilo em que se acredita: Crença no sobrenatural. Tem uma crença inabalável em cartomantes. 5 Conjunto de princípios ou doutrinas religiosas ou místicas que têm valor de verdade para seus seguidores (uso mais comum no plural): Crenças secretas. Crenças cabalísticas. 6 O objeto de uma crença: O dinheiro era a sua verdadeira crença. Tinha no avô seu modelo de integridade, sua crença.


 É importante perceber que mesmo apresentando uma boa definição, não dá pra se conformar, ou se dá por satisfeitos com esta definição. Por isso é preciso buscar conhecer um pouco da definição desta palavra no Strong, pra que seja verificado com, e de quantas maneiras a palavra crença usada por João foi usada em seus escritos e saber o que João queria comunicar ao usar esta palavra, como será constatado na sequência.

Para assegurar do que se trata de fato no evangelho segundo João no que diz respeito a crença, é preciso fazer uma boa e precisa definição da palavra “πιστευω pisteuo” sua raiz e suas derivações. O Dicionário de teologia do Novo Testamento (1995), traz a seguinte definição da palavra:


πιστευω pisteuo de G4102; TDNT - 6:174,849; 1. pensar que é verdade, estar persuadido de, acreditar, depositar confiança em 1a) de algo que se crê; 1a1) acreditar, ter confiança; 1b) numa relação moral ou religiosa; 1b1) usado no NT para convicção e verdade para a qual um homem é impelido por uma certa prerrogativa interna e superior e lei da alma; 1b2) confiar em Jesus ou Deus como capaz de ajudar, seja para obter ou para fazer algo: fé salvadora; 1bc) mero conhecimento de algum fato ou evento: fé intelectual; 2) confiar algo a alguém, i.e., sua fidelidade; 2a) ser incumbido com algo.


Tudo começa dentro de uma relação entre as partes, onde uma precisa acreditar no outro, e ambos cumprirem com o prometido, uma relação de confiança onde é preciso uma ação que demonstre ou prove a confiança creditada pelos participantes e/ou envolvidos nesta relação. Originalmente πιστευω pisteuo, e suas variações, era usado no mundo dos negócios, ou seja, uma conduta que honrava um contrato ou obrigação (COLIN BROWN 2000).

 Também é sabido que a expressão tem origem religiosa, a mesma palavra que denota fidelidade e infidelidade promove a ideia de fá. Colin Brown (2000) informa que:

A fé recebe expressão sem igual na piedade entusiástica de Empédocles de Agrigento (século V a.C) aparecia como um deus imortal, indicando o caminho da salvação (Frag. 12), exigindo a fé no sentido de assentimento à revelação divina, nos seus ensinos sobre a cosmologia e a metempsicose (Frag. 114 e segs). A fé e o reconhecimento da revelação autoritativamente proclamada era a mesma coisa (Frag 4,5).


 As contribuições de Colin Brown (2000) são de grande relevância, pode se perceber que a palavra πιστευω pisteuo implica em uma atitude de obediência a um ser superior divino, imortal, sendo assim a revelação do conhecimento, exercia uma autoridade total e complete. Sendo assim da para entender que neste ponto existe uma relação discipuladora, que pode se dizer que se tratava de um processo de obediência salvadora ou desobediência condenadora. O que não seria de se estranhar por se tratar de uma divindade imortal em relação a um ser mortal.

 Por João estar envolvido em um ambiente onde predominava a influência religiosa e filosófica grega, que tinha o conhecimento personificado como um deus, é possível que João tenha usado de termos típicos da filosofia grega com a intensão de alcançar o mundo grego. Como é o caso dos versos iniciais do seu evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (BÍBLIA, 2008). O uso da palavra “logos” pode indicar esta intensão por parte do apóstolo (COLIN BROWN, 2000).

 É muito comum no novo testamento o uso do substantivo pistis e do verto pisteuo ambos aparecem mais de duzentas e quarenta vezes, Douglas (1995) ajuda a entender o uso deste vocábulo no Novo Testamento da seguinte maneira:


No Novo Testamento, a fé é altamente proeminente. O substantivo pistis e o verbo pisteuõ ocorrem ambos mais de 240 vezes, enquanto o adjetivos pistos ocorre sessenta e sete vezes. Essa ênfase sobre a fé deve ser vista em contraste com a obra salvadora de Deus em Cristo Jesus. No Novo Testamento o pensamento que Deus enviou seu filho para ser salvador do mundo, é central. Cristo realizou a salvação do homem ao morrer expiatoriamente na cruz do calvário. A fé é a atitude mediante a qual o homem abandona toda confiança em seus próprios esforços para obter a salvação, quer eles sejam ações de piedade, de bondade ética, ou seja o que for. É a atitude de completa confiança em Cristo, de dependência exclusiva dÉle, a respeito de tudo quanto está envolvido na salvação.


 Pode-se dizer que este conceito de fé, com o passar dos tempos não mudou, e suas implicações continuam as mesmas para todos os tempos. Não se está lidando com algo temporal, nem é fruto da cultura, embora seja um agente que promova alguma cultura, como por exemplo; a cultura da fidelidade, da honra, da moral, da não hipocrisia, enfim, a fé é algo que move o sujeito em uma direção, uma ação e não uma estagnação.

 É importante notar que o objeto da pesquisa é a crença em João e seu significado. Sendo assim tendo visto que esta crença é a fé salvadora, percebe-se que existe um alicerce em que a fé da início a sua construção, seu processo, como informa Douglas (1995):


A construção característica para indicar a fé salvadora é aquela em que o verbo pisteuõ é seguido pela preposição eis. Literalmente essa construção significa “crer dentro”. Denota uma fé que, para assim dizer, tira um homem de si mesmo e coloca em Cristo. [...] denota não apenas uma crença que implica em assentimento intelectual, mas uma fé em que o crente se apega ao seu salvador de todo o seu coração. O homem que confia nesse sentido permanece em Cristo e Cristo nele (João 15:4). A fé não consiste meramente em aceitar certas coisas como verídicas, mas consiste em confiar numa pessoa, e essa pessoa nesse caso é Jesus Cristo.


É nesse ambiente de completa renúncia do eu, que o homem abraça a verdadeira fé que tem a capacidade salvá-lo. Nesse caso observa-se que a fé sai do abstrato invisível, para o palpável visível, e perceptível, através de uma conduta diferente, nova e transformada que é fruto ou resultado, dos ensinos ou da doutrina do seu senhor, ou como pode-se dizer também, seu dono. Agora nesta inserção em Cristo, a fé move o sujeito a uma permanência constante e inseparável do seu salvador, no caso Jesus Cristo o filho de Deus.

No entanto quando se analisa o verbo πιστευω pisteuo no evangelho segundo João, percebe se que ele aparece oitenta e seis vezes de formas diferentes, ou seja, na forma positiva se referindo a uma crença salvadora, ou na forma negative indicando uma descrença. Como por exemplo em 3.18 “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (BÍBLIA ARA, pag 1390, 2008).

 Colin Brown (2000), também vai dizer que “nas regiões místicas, a fé significa um abandono se si mesmo à divindade, seguindo as suas instruções e seus ensinos, e colocando-se debaixo da proteção dela”. O que ajuda a reforçar a ideia de uma entrega total, ou até mesmo uma completa neutralidade da vontade própria em função da divindade.

 Vale dizer nesse caso que João não é o autor e nem o criador do termo, porém João usa o verbo com um propósito específico; levar ao entendimento de seus ouvintes que o que ele está propondo é que aquela crença deveria provocar uma ação naqueles que crescem no ensino que ele estava revelando (Colin Brown, 2000).

 Segundo a FBC (2014), comunidade internacional de estudos bíblicos, é possível encontrar uma excelente construção da ideia de crença que vai para além do confessar com os lábios:


O termo "creu” vem do termo grego (pisteuō) que também pode ser traduzido "crer”, "fé” ou "confiança”. Por exemplo, o substantivo não ocorre no Evangelho de João, mas o verbo é usado frequentemente. Em João 2.23-25, há incerteza quanto à autenticidade do compromisso da multidão a Jesus de Nazaré como o Messias. Outros exemplos deste uso superficial do termo "crer” estão em João 8.31-59 e Atos 8.13, 18-24. A verdadeira fé bíblica é mais do que uma resposta inicial. Deve ser seguida por um processo de discipulado (cf. Mt 13.20-22, 31, 32).


Quando olhado de uma forma mais atenciosa, é possível perceber o quanto se torna importante e necessário uma revisitação nos escritos sagrados, também uma revisão do que se tem ensinado nos púlpitos, e nas salas da escola dominical das igrejas todos os domingos.


O Sentido da Crença na escrita joanina

Uma vez que já foi falado sobre as muitas vezes em que os termos pistis e pisteuõ, no entanto o que chama a atenção é que no evangelho segundo João não aparece o substantivo pistis, João só usa o verbo pisteuõ, e faz isso de forma abundante. Isso nos leva outra vez a buscar uma melhor compreensão do que levaria João a abdicar totalmente de pistis que foi um termo muito usado pelos demais escritores inspirados. Para isso se faz necessário outra vez ver o que Douglas (1995) disse no Novo Dicionário da Bíblia:


No quarto evangelho, a fé ocupa um lugar proeminentíssimo, pois ali o verbo pisteuõ é encontrado por noventa e oito vezes. Curioso é que o substantivo pistis nunca aparece. Isso possivelmente deve se ao seu uso em círculos de tipo gnósticos. Existem indicações que João tinha tais oponentes em vista, e é possível que ele tivesse querido evitar um vocábulo que os gnósticos usavam constantemente. Ou talvez tenha preferido significado mais dinâmico expresso pelo verbo. Qualquer que tenha sido a sua razão, João emprega o verbo pisteuõ mais frequentemente que qualquer outro escritor do Novo Testamento, de fato, três vezes com mais frequência que os três primeiros evangelhos conjuntamente. Sua construção característica é o verbo pisteuõ com a preposição eis , “confiar dentro de”. O ponto importante é a conexão entre o crente e o Cristo. De acordo com isso, João se referi, por muitas e muitas vezes, sobre o crer nÊle, chamando isso de fé “no nome” de Cristo (exemplo, João 3:18).

 

De acordo com a citação acima mencionada por Douglas (1995) a crença segundo João, está posta em uma condição de integralidade, na qual não pode haver parcialidade. Uma vez que a crença é adquirida, o sujeito se torna parte integrante de outro, ou seja, essa crença me coloca dentro de Cristo. É possível ver esta declaração também em outros escritos do Novo Testamento como por exemplo Gálatas 3:25-27.


Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes (BÍBLIA, 2008)


Segundo Douglas (1995) “É ponto característico do ensino joanino que as questões eternas são decididas agora e nessa existência”.

Nesse ponto é de fundamental importância saber a real intencionalidade do texto, para tanto é preciso dar uma atenção para o autor no sentido de procurar saber qual era o propósito dele ao escrever, e o que ele esperava de seus leitores com o uso deste termo em particular.

Olhando para o cenário histórico religioso que tencionava influenciar os ouvintes do apóstolo João, é possível ver a preocupação do apóstolo, não só em defender o ensino doutrinário, como também proteger os discípulos a partir do combati a filosofia gnóstica que no momento estava procurando dissuadir os cristãos da crença que deveriam manter no Cristo, negando a divindade de Jesus Cristo.

CARSON (2000) traz uma excelente contribuição para esta pesquisa ao descrever o gnosticismo como um “angu teosófico”


[...] o gnosticismo brotou do dualismo neoplatônico que associava aquilo que é bom ao ideal, ao espiritual, e o que é mal ao material. Na plena expressão do gnosticismo, o redentor gnóstico vem à terra para dar aqueles que tem ouvidos para ouvir informações sobre as verdadeiras origens dele. Esse conhecimento (gnosis) traz libertação e salvação àqueles que o aceitam.


Diante disso João vai dizer, que o conhecimento libertador é o conhecimento da verdade, de Cristo. Como Cristo havia dito, e “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. E que a salvação não era fruto do conhecimento gnóstico, mas da crença em Jesus Cristo o filho de Deus.

Este foi o propósito de João ao escrever a sua versão do Evangelho de Jesus Cristo como dito em João 20:31 “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (BÍBLIA, 2008).

Sendo assim observa-se que João se interessa em que seus ouvintes primeiramente cream ser Jesus quem Ele disse ser, o filho de Deus. Esta crença que seria fruto dos registros feitos por João do que Jesus havia feito, seria o suficiente para gerar a crença ou fé salvadora no indivíduo.

Esse entendimento, sobre a intenção joanina com a crença, concorda com o que o apóstolo Paulo escreve aos Romanos, quando diz: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (BÍBLIA, 2008). Paulo usa πίστις pistis com a mesma proposta de João em que a palavra, o evangelho de Cristo, sendo lida ou pregada, quando ouvida, teriam o mesmo efeito ou resultado, ou seja, geraria a fé em Jesus Cristo, a fé salvadora no filho de Deus.

 Esta variação pode ser vista também no evangelho segundo Marcos, quando o mesmo se referi a condição para que uma pessoa seja salva, ele diz em 16:16: ὁ πιστεύσας καὶ βαπτισθεὶς σωθήσεται (BIBLIA ARA, 2008), condicionando a salvação a uma fé mais uma ação. E independente das discursões teológicas que possa gerar em torno desta associação, o que se pode dizer é que a fé ou a crença, a que João se refere, é uma fé de ação. Uma fé que leva o crente a uma atitude de fidelidade ao acordo, pra usar o termo contábil que faz parte da origem desta palavra.

O Novo Testamento nos ajuda a entender esta associação entre fé e obediência que é o equivalente a crença. Em um texto muito conhecido, e consequentemente muito mal entendida que se encontra no livro de Atos 16:31 aonde o Apóstolo Paulo inspirador pelo Espírito Santo vai responder para o carcereiro “crer no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa’, como é possível ver na explicação de Kercheville (2002):


É necessário destacar que este mandamento é um chamado ao compromisso. Paulo está dizendo ao carcereiro que sua salvação depende de sua completa confiança em Jesus Cristo como o Mestre de sua vida. Enquanto este passo não for dado, nada mais importa. Alguns diriam que o que Paulo exigiu do carcereiro foi uma declaração verbal de sua crença em Jesus. Quem quer que tivesse lido o livro de Atos até este ponto, saberia que isto não é verdade. Nenhuma conversão envolveu uma simples confissão de Jesus como Senhor. De fato, quando o Senhor estava na terra, demônios repetidamente confessaram-no como Filho de Deus, contudo demônios não são salvos (Tiago 2:19). E mais, lendo Atos 16:32-34, ficamos sabendo que Paulo não disse somente "Crê no Senhor Jesus". Ele continuou falando da palavra do Senhor e naquela mesma hora da noite o carcereiro e toda sua casa foram batizados. Há somente uma conclusão que pode ser tirada daquela declaração: dizer a uma pessoa que creia no Senhor e então ensinar-lhe a palavra de Deus que inclui ensinar-lhe a ser batizada. Se o batismo não é uma parte importante da salvação, então por que eles foram batizados "naquela mesma hora da noite"? De fato, afinal por que foram batizados?


Atualidade da Crença no Brasil


No Brasil em uma pesquisa do Data folha de 2007 que tinha como propósito coletar as informações da população sobre a crença em Deus, os seguintes resultados: Quando indagados sobre a existência de Deus, 97% dos brasileiros afirmaram acreditar totalmente; 2% disseram ter dúvidas e 1% não acreditavam. Mesmo entre os que não têm religião, 81% acreditam que Deus existe. Um dado interessante que ajuda a contrastar a crença de João com a crença dos brasileiros (UOL, 2007).

Considerando a fé descrita por João, todas as pessoas que creem ou tem fé, são salvas, têm um compromisso com Deus, vivem uma vida de fidelidade aos seus ensinos, já abdicaram totalmente da sua vida para servir a Deus. Se este fosse o caso das pessoas no Brasil, então a população brasileira no ano de 2007 teria um total de 97% dos brasileiros salvos, fieis a Deus, praticantes dos seus ensinamentos, pessoas que haviam renunciado totalmente seus desejos, vontades e prazeres, para se dedicar somente ao seu senhor e salvador Jesus Cristo.

Porém, na realidade esta que seria uma benção para esta imensa nação não se confirma, pois isso não é verdade, então o que é possível concluir é que quando João fala de crença no seu evangelho ele não está falando da mesma crença que os brasileiros atualmente confessam ter. Isso independe de fazer parte de uma denominação evangélica ou qualquer outra que faça parte da cristandade no Brasil.

Neste caso é possível com toda segurança, declarar e assegurar que quando as pessoas no cenário brasileiro religioso de um modo geral, dizem que acreditam em Deus elas não estão dizendo que confiam em Deus, nem que são fiéis, ou que tem algum respeito ou admiração por Deus, mas simplesmente que estão sabendo da sua existência.

Neste víeis do desconhecimento, descomprometimento, é possível afirmar que mesmo entre as pessoas que se dizem evangélicas, que hoje é um número expressivo de adeptos, encontra-se em grande número ou mesmo em sua maioria, pessoas que não compreendem a crença/fé ensinada por João em seu evangelho. Isto é cerca de 40 milhões de brasileiros evangélicos que não tem uma vida de fidelidade ao acordo assinado com seu Deus, e que nem mesmo compreendem esta fé.

A pesquisa também fornece dados interessantes sobre os evangélicos:


Entre os evangélicos pentecostais são verificadas as maiores taxas de entrevistados que acreditam totalmente na maioria dos temas pesquisados: além de 95% deles acreditarem totalmente na existência do Diabo (20 pontos percentuais acima da média nacional), 79% têm total convicção de que algumas pessoas vão para o inferno (21 pontos acima da média), e 80% de que algumas vão para o céu (16 pontos acima da média) e 95% acham que Jesus voltará à terra (UOU, 2018).


Estes dados são preocupantes principalmente ao se considerar que as convicções, crenças e/ou fé ensinadas e expressadas pelos evangélicos não representam uma ética moral e nem religiosa. O que reforça a teoria de que é preciso reavaliar o que está sendo ensinado nas diversas denominações evangélicas, tanto as tradicionais quanto as renovadas, seja elas pentecostais ou neopentecostais.

A impressão que se tem, é de completo desconhecimento do significado da palavra crença. O que leva a pensar no quão distante podem estar das verdades bíblicas ensinadas não somente por João, mas também por todos os demais apóstolos.

Estas constatações, já seria o bastante para provocar uma inquietação nos teólogos de plantão, e a se sentirem desafiados e fazer um exame mais profundo e cuidadoso dos ensinos que transmitem com tanta veemência nos seus livros, salas de aula, institutos e bem como todo e qualquer ambiente onde se dá esta proliferação de equívocos básicos da doutrina de Cristo.

É possível que hoje esteja dando a partida ou início a um gracioso movimento que conduza a igreja, não a uma reforma, pois uma reforma não atente as exigências que são necessárias para se alcançar este retorno. Porém, é preciso pensar em um movimento de restauração, o mesmo não se interessa por melhorias no sistema religioso atual, mas uma volta completa ao modelo de fé ensinado pelos apóstolos.

É claro que para um desafio desta proporção requer um grande esforço de cada um participante das autarquias religiosas, a começar por se disporem a renunciar seus egos e se curvarem em uma atitude de humildade e rendição ao Senhor da glória. E ainda diante de todo o corpo de adeptos reconhecerem seus erros, para assim da inicio a um verdadeiro movimento de restauração. Restauração de fé, de práticas, e de obediência aos ensinamentos do mestre.


Em busca da crença joanina: possíveis transformações para a igreja contemporânea


Retomar princípios já apresentados para que as pessoas possam viver, aprender e ensinar uns aos outros sobre a fé salvadora que João dá ênfase, não é tarefa fácil, é preciso ter consciência do quanto é difícil se obter um conhecimento puro no que tange aos manuscritos bíblicos, e não é por falta de ferramentas para se fazer excelente pesquisas, mas porque os pesquisadores se mantem trancados dentro de seus casulos denominacionais, conformados e conformando outros com ideologias falazes e não bíblica.

Isso impedi a descoberta e a aquisição do que mais a igreja precisa, o conhecimento bíblico verdadeiro. E com isso é também privado da liberdade de conquistar o conhecimento libertador não só pra si mas para muitos outros.

Para que aconteça uma verdadeira aquisição do conhecimento é importante que haja uma quebra ou um rompimento com o sistema religioso atual a que se pertencente, ao qual se mantem aprisionado.

Quebrando tradições centenárias e se entregando por inteiro ao Senhor Jesus Cristo e a Sua palavra, em vez de se aprisionar às ideologias humanas. A igreja precisa desta liberdade pra viver, e para libertar o mundo oprimido pelo diabo pelo conhecimento que segundo João gera uma total dependência do Senhor, conduzindo o sujeito a uma vida de abundância em fidelidade moral e espiritual.

A crença joanina pode contribuir muito para a transformação da igreja contemporânea, desde que esta igreja esteja disposta a se deixar moldar pelos ensinos e doutrinas do Senhor. E fazendo com que a Bíblia que dizem ser a regra de prática e fé, se torne de fato. Não segundo minha “igreja”, mas segundo a revelação genuína da vontade de Deus através da revelação do Espírito Santo feita aos seus santos apóstolos e profetas no primeiro século.

A busca a crença joanina provocará nas “igrejas” contemporâneas um grande incômodo alimentado por um excelente desafio. Principalmente com a quebra das megas estruturas, os cargos e privilégios, as destituições das hierarquias. A crença joanina tornará a Igreja ÚNICA como o próprio Jesus expressou na sua oração sacerdotal no capítulo 17. Assim se buscarem a crença segundo o evangelho de João, estarão caminhando para um verdadeiro encontro com o próprio Senhor e salvador Jesus Cristo. E assim realizando não uma reforma, mas sim uma verdadeira restauração à Igreja Bíblica.

  Este é certamente um desafio para todos, à medida que propomos a conhecer a vontade de Deus. Desta forma, o convite é que cuidadosamente se compare tudo o que é dito sobre a Bíblia, a Palavra de Deus, a fim de fundamentarmos em Cristo, e não em sentimentos e lógicas, a crença salvadora proposta por João em sua defesa contra o gnosticismo.

Finalmente, se formos diligentes nessa postura, será possível e não utópico, nos organizarmos não apenas como revoltados contra o catolicismo, ou em microgrupos particulares aos gostos individuais, superando essa aparente normativa sobre o cristianismo, seremos uma igreja contemporânea, fundamentada nos princípios ensinados pelos apóstolos, e registrados pelo amado médico, e grande historiador Lucas, em Atos dos Apóstolos 2.41-44.


Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum (BÍBLIA ARA, 2008).


O que fica depois de claras constatações de equívocos e desentendimento do texto sagrado é um convite desafio, para que esta pesquisa seja uma fonte desafiadora aos leitores, pois todos precisam conhecer o evangelho de Cristo e aceitá-lo. Embora não o possa fazer de forma pessoal e frente a frente, é importante de o estudante busque fazer um estudo bíblico respeitando as normas hermenêuticas, e trazendo pra fora o sentido e significado dos textos sagrados e não o contrário, e assim seja mais um a colocar sua crença em Jesus Cristo e vá para o céu conosco.

Faça um exame criterioso e cuidadoso desta pesquisa, comparando tudo o que nela é dito com as Escrituras Sagradas. O único credo que um cristão deve ter, é a Palavra de Deus, a Bíblia.

Esta pesquisa poderá ajudá-lo encorajando para que possa compreender os ensinamentos que Criador deu através dos escritores inspirados do Antigo e Novo Testamentos. Jamais permita que algum escrito humano substitua os escritos divinos da Bíblia.

O proposito maior desta pesquisa será alcançado se as lições contidas nela forem capazes de desafiar aqueles que se esforçam nos estudas da palavra de Deus, a se sentirem mais estimulados e venha ajudá-los a estudar as Escrituras e segui-las, tornando-se um cristão fiel.

É importante comparar cada ensino com o Novo Testamento para certificar-se de que a verdade que foi dita, esta de acordo coma revelação divina. Lembrando que este exercício enobrece o homem diante de Deus, e contribui para santidade da Igreja do Senhor.

Na vida de uma pessoa tudo é muito importante, família, alimento, roupa, moradia e educação são de grande valor; mas a salvação da alma é a bênção mais valiosa que se pode receber. Novamente, insistimos em que você leia este material cuidadosamente, comparando cada pensamento com os ensinos da Bíblia.

Portando mesmo sabendo que o desejo de Deus é salvar todas as pessoas, a decisão de aceitar a oferta de Deus e receber o perdão dos pecados e morar com ele na eternidade, é uma decisão de cada um. Porém isso não retira a responsabilidade daqueles que estão empenhados com o ensino e pregação, de fazer um trabalho sem mancha. É sim da responsabilidade dos ensinadores ajudar seu aluno a virar o seu foco para Jesus Cristo o salvador, e jamais pensar em arrebanhar pessoas para seguir seus passos.

É importante aqui também lembrar das palavras do mestre sobre os fariseus, pois segundo Ele, os fariseus atravessavam os oceanos para fazerem um prosélito, e quanto o faziam o tornavam duas vezes mais filho do inferno. E porque isso, por que seus ensinos eram na sua maioria preceitos de homens, e não a genuína palavra de Deus.

Aqui se faz útil o comentário de Roper (2017) sobre este ponto no que concerne as tradições humanas no meio do povo de Deus:


Cristo condenou os fariseus por realizarem purificações elaboradas antes de cada refeição? Não, se eles quisessem gastar tempo com rituais absurdos, o problema era deles. A condenação de Jesus aos fariseus não foi por conta do que praticavam, mas porque estavam tentando impor sua prática aos outros. Eles elevaram suas tradições à posição de mandamentos divinos. Ensinavam que os homens tinham de guardar suas tradições. Condenavam todos que deixavam de guardá-las. Vamos formular o segundo critério da seguinte maneira: Uma tradição é ruim quando é imposta aos outros. Todos podem ver que tal prática é errada, pelo menos no seu princípio. Através dos anos, minha família desenvolveu suas próprias e peculiares tradições em relação a feriados e outras comemorações. Gostamos dessas tradições e elas nos ajudam a definir quem somos. Obviamente, não nos esforçamos em impor essas tradições a outras pessoas. Condenar outras famílias por não seguirem nossas tradições seria, no mínimo, ridículo. Jesus ensinou claramente que é errado impor nossas tradições religiosas aos outros. Quando tentamos aplicar esse princípio é que surgem as controvérsias. As pessoas sentem-se naturalmente mais confortáveis com “a maneira como sempre fizeram as coisas”, e temos a tendência de pensar que é assim que se deve fazer. Apesar disso, precisamos nos Quando uma Tradição É Ruim? Mateus 15:7–20; Marcos 7:6–8, 14–23, Olhando de perto esforçar para distinguir entre o que não pode ser mudado (a vontade de Deus revelada) e o que pode ser mudado (os métodos usados para realizar a vontade de Deus). Vêm à minha mente algumas ilustrações da área de adoração: a maioria das congregações onde preguei possui hinários. Devemos então condenar uma congregação que projeta os cânticos numa tela? Em todos os lugares em que preguei é costume um sermão fazer parte do culto dominical. Seria errado um culto dominical consistir basicamente de cânticos, orações e leituras bíblicas centradas na observância da ceia do Senhor? As congregações com as quais tenho contato também costumam ter um culto dominical à noite no prédio da igreja. Seria antibíblico uma outra congregação decidir ter os cultos da noite nas casas dos membros? Não estou perguntando se é prático, mas se é antibíblico. O Novo Testamento nos dá um modelo básico para a adoração, mas muitos dos detalhes são deixados a cargo do nosso julgamento. Com o passar dos anos, as congregações tendem a desenvolver sistemas que possibilitem que elas cumpram as exigências bíblicas. Não há nada de errado nisto, mas é preciso ter o cuidado de distinguir entre o que foi transmitido por Deus (o modelo divino) e o que foi transmitido por homens (nossos procedimentos para levar a cabo o modelo divino).


Considerações finais


É possível viver sem conhecer o significado das palavras, ainda mais quando se é oriundo de uma região de vocabulário nem sempre refinado, empiricamente essa constituição, inicialmente leiga, é substituída por um sujeito detentor de algum saber, que pode, ou não, se relacionar com o senso comum; e, com as atuais possibilidades de imersão acadêmica, mesmo além da faixa etária usual, é possível ainda assim, transformar vidas.

Vários conhecimentos podem ser demonstrados por pregadores e professores dominicais atualmente, no entanto ainda se percebe uma carência em aprofundar teologicamente os argumentos sugeridos para as questões da vida cristã atual. A faculdade apresenta-se como um espaço de sensibilização sobre o mundo.

 Nesta pesquisa, procuramos investigar de forma aprofundada o significado da palavra crença no evangelho, segundo o interesse de saber por que João usa a palavra crença e não fé, como é comum nos outros autores. Para isso foi feito um levantamento bibliográfico que permitisse de forma segura, definir o significado da palavra crença no seu original, suas aplicações desde tempos antigos.

 Descobrimos além da sua origem também suas várias aplicações no uso contábil e religioso. Também foi possível entender algumas das causas que levaram a usar o verbo pisteruõ e não o substantivo pistis.

 Esta pesquisa propõe um despertamento para que a igreja contemporânea faça um aprofundamento no que diz respeito ao estudo das escrituras sagradas, tendo em vista a formação e a capacitação de professores, pregadores e evangelistas com a finalidade de traduzir para seus ouvintes uma mensagem que desafie todos e cada um a se voltarem para o Senhor em um relacionamento de fidelidade e comprometimento. Promovendo assim uma integralidade do sujeito com o Senhor Jesus Cristo, e como resultado a produção de uma fé genuína e transformadora.

 Propõe-se também que por meio desta pesquisa, os leitores bem como a igreja se sintam incomodados e desafiados a buscar se aprofundarem no estudo e no conhecimento da vontade de Deus revelada na sua palavra, pois dessa forma podemos reencontrar a força necessária para fazer acontecer um verdadeiro renovo na Igreja do Senhor e por fim, contribuir não com uma reforma, mas com uma restauração da igreja às suas práticas estabelecidas por Deus, reveladas pelo Espirito Santo e ensinadas pelos apóstolos.

 Conclui-se que que todo esforço investido neste trabalho de pesquisa é em parte fruto da inquietação de quem tem visto em um curto espaço de tempo, 27 anos, a igreja fluir para o terreno podre da idolatria, movida por ideologias egocêntricas que descartam a palavra de Deus e dão lugar as vãs filosofias do passado e do presente, em uma corrida desenfreada para encherem prédios de adeptos com falsas promessas, mirando única e exclusivamente encherem seus bolsos com os dízimos da ignorância.

 A cegueira do abismo tem prevalecido no coração de falsos pregadores, que a confusão, a descrença e elevam o nível de desconfiança do mundo para com a mensagem poderosa de Deus, o evangelho de Jesus Cristo, ao ponto de qualquer que queira pregar o evangelho puro e simples precisar fazer uma desintoxicação ou desconstrução de tudo que estes insubordinados têm plantado, envenenando as pessoas de forma que fica difícil de alcançarem a salvação.

 Tudo isso tem início, quando não se dá conta de que é precisa levar o remédio para os doentes sim, porém é preciso que os doentes reconheçam seus males e desejem ser curadas. É verdade que muitas palavras têm sido extraídas da Bíblia e jogadas fora, caíram no desuso, ou deram um sinônimo confortável para que assim possam pregar um evangelho atraente.

 Hoje é muito comum se ouvir grandes pregadores fazendo cosseira nos ouvidos de seus ouvintes, pregando o amor e uma graça, desprovidos de arrependimento e obediência. Será que o amor já se esfriou tanto que fé já não existe?


Referências

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BÍBLIA SAGRADA. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada do Brasil. 2 ed. Barueri - SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008. 1280p.

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DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia / J. D. Douglas (org.) ; F.F. Bruce et al. (assistentes) ; R. P Shedd (edição em Português) ; Tradução: João Bentes I São Paulo : Vida Nova, 1995.

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PEREIRA, C. C. Visão Panorâmica do Evangelho de João. 1999. Disponível em < http://www.amen99.com/khway/khwaybr/emag/clausum.htm>. Acesso em 25 de maio de 2022.

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KERCHEVILLE, Berry. A conversão do carcereiro. Estudos Bíblicos. Disponível em <https://estudosdabiblia.net/1999231.htm>. Acesso em 06 de junho de 2022.

Roper, David. Quando uma Tradição é Ruim?. A verdade para Hoje. 2007. Disponível em <http://biblecourses.com/portuguese/po_lessons/PO_200706_07.pdf>. Acesso em 06 de junho de 2022


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